Os plásticos invadiram a Terra. A sua crescente produção e utilização ameaçam poluir todos os recantos do planeta. Todos os anos, milhões de toneladas de resíduos de plástico acabam nos mares e oceanos, desde as praias mais populares até aos abismos mais profundos, ameaçando a saúde dos ecossistemas aquáticos e a sobrevivência das espécies que os habitam. Cerca de >12 milhões de toneladas de plástico chegam todos os anos aos nossos oceanos a nível mundial. Embora nos pareçam impercetíveis, os seus efeitos são devastadores, espalhando esta poluição do Ártico ao Antártico.

Em Portugal, em 2023, o lixo marinho nas praias era composto por plástico (88%), artigos sanitários (6%), papel e cartão (2%), metal, vestuário/têxteis, madeira, barro e cerâmica, artigos médicos, vidro e borracha. E, no entanto, apenas 38,1% dos resíduos de plástico (ou embalagens) são reciclados, muito aquém do exigido pela regulamentação europeia (que exige 50% até 2025).

A utilização do plástico é insustentável e é um exemplo claro dos impactos da cultura do descartável. Por isso, é preciso atacar a origem do problema e, em primeiro lugar, reduzir a quantidade de plástico que é produzido e posto em circulação e, depois, apostar na reutilização. Temos de acabar com a poluição causada pelos plásticos. Cada vez mais pessoas em todo o mundo escolhemos ter um estilo de vida sem plásticos de utilização única.

Apela à Ministra do Ambiente e Energia que combata a poluição por plásticos através de medidas que:

• Apoiem a criação de um ambicioso Tratado Global sobre os Plásticos para travar a produção e a poluição por plásticos.
• Previnam a produção de resíduos, privilegiando a reutilização e o reaproveitamento de embalagens, com objetivos quantificáveis e obrigatórios.
• Ajudem a cumprir o valor limite da União Europeia de 20 itens/100 m (mediana), para o qual o país terá de reduzir em 95% a quantidade de lixo total presente nas suas praias.
• Proíbam a utilização de embalagens de utilização única, não reutilizáveis ou 100% recicláveis.
• Garantam que as empresas produtoras e embaladoras assumam a responsabilidade e suportem o custo total das suas ações.
• Que se implemente imediatamente o SDR, que devia estar a funcionar desde janeiro de 2022.

Os resíduos plásticos estão a sufocar os nossos oceanos, e chegou o momento de parar esta invasão.

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